terça-feira, 11 de setembro de 2007

Festa de Família

Dogme 1 - Festen / Thomas Vinterberg / Dinamarca / 1998

Com: Ulrich Thomsen (Christian), Henning Moritzen (Pai), Thomas Bo Larsen (Michael), Paprika Steen (Helene), Birthe Neumann (Mãe), Trine Dyrholm (Pia), Helle Dolleris (Mette), Bjarne Henriksen (Kokken / Cook), Gbatokai Dakinah (Gbatokai), Therese Glahn (Michelle), Klaus Bondam (Mestre de cerimônias), Lasse Lunderskov (Tio), Lene Laub Oksen (Irmã).

Uma família numerosa reúne-se num hotel para comemorar o aniversário do patriarca. Naquele mesmo lugar, anos atrás, uma das filhas do aniversariante havia se suicidado, o que faz renascer muitas lembranças.

O Dogma, manifesto criado em 1995 pelos diretores Lars von Trier, Thomas Vinterberg, Soren Krag-Jakobsen e Kristian Levring, possue uma série de normas que deviam ser seguidas de forma irrestrita por seus realizadores, tais como usar somente música e luz ambiente e câmera sempre a mão.
Festa de Família foi o primeiro filme a ser realizado seguindo as normas do movimento, sendo chamado, então, de “Dogme #1: Festen”. Lançado em 1998, teve direção e roteiro de Thomas Vinterberg. O que num primeiro momento pode dar ao filme um ar de amadorismo, na verdade nos aproxima dos personagens. Uma vez que nos dispersamos das amarras técnicas comuns na maioria das produções, sobra na tela a arte cinematográfica em sua essência. Festa de Família equilibra sua trama principalmente nas reações sempre intensas dos atores, que com a ausência de músicas externas, atuam de forma quase teatral. Aos pouco vamos conhecendo as personalidades dos filhos do aniversariante. O que começa como uma celebração dos 60 anos do patriarca da família acaba por expor sentimentos antigos e oprimidos. Tocando em temas delicados como pedofilia, racismo, traição e morte, Vinterberg mostra a grande sujeira que está por trás desta família. Cada discurso de Christian trás revelações que mudam o que pensamos sobre cada integrante.
Em seu lançamento, Festa de Família foi considerado por muitos como pretensioso. Pode até ser, mas como meu primeiro filme visto desse movimento me causou enorme admiração e ansiedade pelo próximo. Agora é ver se “Os Idiotas” mantém o nível.
Nota:

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