segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

Os Reis de Dogtown

Lords of Dogtown / Catherine Hardwicke / EUA / 2005

Com: Heath Ledger (Skip), John Robinson (Stacy), Emile Hirsch (Jay), Rebecca De Mornay (Philaine), William Mapother (Donnie), Julio Oscar Mechoso (Sr. Alva), Victor Rasuk (Tony), Nikki Reed (Kathy Alva), Vincent Laresca (Chino), Brian Zarate (Montoya), Pablo Schreiber (Stecyk), Elden Henson (Billy Z), Michael Angarano (Sid), Benjamin Nurick (Browser), Stephanie Limb (Peggy Oki), Mike Ogas (Bob Biniak), Cheyne Magnusson (Jim Muir), Don Nguyen (Shogo), Laura Ramsey (Gabrielle), Sarah Cartwright (Vickie), Johnny Knoxville (Topper Burks), Stacy Peralta (Diretor de TV), Tony Hawk (Astronauta), Tony Alva.

As duras e arenosas ruas de “Dogtown” em Venice, Califórnia não pareciam grande coisa para os forasteiros, mas para um bando de adolescentes surfistas (Stacy Peralta, Tony Alva e Jay Adams) nos anos 70, elas foram a sólida e sinuosa inspiração para o revolucionário estilo do skateboarding. Transferindo os movimentos agressivos do surf para o concreto com a habilidade de surfar desafiando a morte no píer do Pacific Ocean Park, os Z-Boys – na maioria garotos com uma vida dura em casa e com atitudes mais duras ainda – viraram sensação, lendas locais. Eles eram magos do ‘freestyle’ em rodas de uretano, transformando piscinas vazias em arenas de atletismo selvagem e belo, o gênese dos esportes radicais de hoje. As competições de skate não sabiam o que fazer com eles, as garotas se jogavam a seus pés e, de repente, marketeiros e patrocinadores queriam pegar um pedaço deles e do que rapidamente estava se tornando um fenômeno cultural mundial. Mas a amizade desse grupo fortemente unido resistiria à transformação do passatempo adolescente em um grande negócio e, fortes personalidades que se tornavam celebridades fora de controle?

Os garotos do bairro de Dogtown, cujo atrativo maior é um cais que possui ótimas ondas, trocam as pranchas de surf para a prancha com rodinhas, onde extravasam suas frustrações, sejam elas familiares ou emocionais. E a partir dessa preferência cada vez maior pelo skate o filme passa a fluir de uma forma muito agradável. E ver a garotada usar as piscinas vazias da vizinhança é muito interessante, e uma das partes altas do filme. O jovem elenco impressiona não só nas cenas de “ação” mas também quando têm que lidar com seus dramas sempre reais. Destaque para Emile Hirsch, que faz um Adams com um enorme talento mas que é perturbado por ter sido a vida inteira um perdedor e ainda ter uma mãe promíscua. E também para Heath Ledger que é o “mentor” e criador do grupo skatista, e apesar de ser um sujeito que parece somente querer ganhar dinheiro, ser bêbado e meio pirado, conquista de imediato o público com seu tranqüilo e largado. Resumindo, Os Reis de Dogtown vale a pena ser visto por mostrar que amizades podem ser corrompidas, mas que no fundo as verdadeiras permanecem, e sobretudo por te deixar com um sorriso de satisfação ao seu final.

Avaliação:

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007

Boogie Nights - Prazer sem Limites

Boogie Nights / Paul Thomas Anderson / EUA / 1997

Com: Mark Wahlberg (Eddie Adams/Dirk Diggler), Burt Reynolds (Jack Horner), Luis Guzmán (Maurice T. Rodriguez), Julianne Moore (Amber Waves/Maggie), Philip Baker Hall (Floyd Gondoli), Don Cheadle (Buck Swope), Philip Seymour Hoffman (Scotty), Heather Graham (Rollergirl/Brandy), Thomas Jane (Todd Parker), William H. Macy (Little Bill), John C. Reilly (Reed Rothchild), Ricky Jay (Kurt Longjohn), Alfred Molina (Rahad Jackson), Robert Downey Sr. (Produtor de Discos).

Aos 17 anos, rapaz (Mark Wahlberg) que trabalha em clube noturno é descoberto por veterano diretor (Burt Reynolds) de filmes para adultos, que o convida para ser ator por ser sexualmente bem-dotado, e o acaba transformando numa celebridade da subcultura do mundo pornô, no apogeu dos anos 70. Mas a súbita fama e os desvios que ocorrem no processo podem ter seu preço.

O segundo longa, e primeiro conhecido, de Paul Thomas Anderson é um deslumbre de ações, situações, atuações e diálogos. Boogie Nights retrata o submundo da pornografia no final dos anos 70 e nos entrega a história de um jovem que briga com a mãe, e por ter um membro enorme é convidado para trabalhar como ator para um famoso diretor. Os diálogos quase sempre afiados e as cenas de violência com toque de humor (vide o trágico mas hilário assalto que Don Cheadle presencia) remetem aos filmes de Tarantino. O visual da época reproduzido por PTA é irretocável, sendo ainda engrandecido pela deliciosa trilha sonora.
O elenco, recheado de nomes conhecidos, está soberbo. Burt Reinolds faz Jack Horner, um diretor que tem uma visão idealizada do tipo de filme que faz, querendo colocar algo a mais nos mesmos para prender a atenção das pessoas que os vêem, como quando fala: “Não quero que o cara bata uma e saia no meio do filme, quero que ele fique melado até o final.” Mark Wahlberg faz o jovem que passa do inseguro e sem perspectiva Eddie para o arrogante e viciado Dirk Diggler, mostrando de uma forma quase natural sua degradação. Tem também a Rollegirl (Heather Graham) que abandona a escola para seguir carreira de atriz e Reed (Hohn C. Reilly) o grande companheiro de Dirk na tela e na vida real. Porém o filme é de Julianne Moore (Amber Waves) que se mostra uma mulher carinhosa e protetora, se considerando uma mãe para os jovens atores, mas que não hesita em cair de cara numa trilha de pó ou no colo de Dirk. Esse quinteto é para eles o mais próximo de uma família, pois dividem alegrias e frustrações uns com os outros.
Ainda há uma série de personagens fascinantes em mais esse grande filme de Paul Thomas Anderson. Aliás, ele já fez algo ruim?

Avaliação:

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2007

Vencedores do Prêmio Cinema Fantástico 2006

O Cinema Fantástico é um grupo de cinema do qual participo e também sou moderador. Mas não é um grupo qualquer porque é composto de pessoas que além do gosto apurado pela 7ª arte, têm em comum a amizade (mesmo que virtual) e a capacidade hoje rara de aceitação de opiniões diferentes. Quem desejar embarcar nessa é só mandar um e-mail para mim: faprevedello@yahoo.com.br.

Segue os vencedores desse ano (para concorrer os filmes devem ser lançados comercialmente no Brasil em 2006):

Melhores Efeitos Especiais:

Piratas do Caribe: O Baú da Morte
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Melhor Vilão:

Sergi López (Capitão Vidal/O Labirinto do Fauno)
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Revelação do ano:

Ellen Page (Menina Má.com)
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Melhor Animação:

Carros
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Melhor Atriz Coadjuvante:

Gong Li (Miami Vice)
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Melhor Ator Coadjuvante:

Jack Nicholson (Os Infiltrados)
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Melhor Atriz:

Meryl Streep (O Diabo Veste Prada)
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Melhor Ator:

Leonardo DiCaprio (Os Infiltrados)
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Melhor Roteiro:

Michael Arndt (Pequena Miss Sunshine)
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Melhor Diretor:

Martin Scorsese (Os Infiltrados)
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Melhor Filme:
Os Infiltrados

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007

A Grande Família – O Filme

A Grande Família – O Filme / Maurício Farias / Brasil / 2007

Com: Marco Nanini (Lineu); Marieta Severo (Nenê); Pedro Cardoso (Agostinho); Guta Stresser (Bebel); Andréa Beltrão (Marilda); Lúcio Mauro Filho (Tuco); Paulo Betti (Carlinhos); Tonico Pereira (Mendonça); Marcos Oliveira (Beiçola); Dira Paes (Marina).

Ao retornar do enterro de um colega de repartição, Lineu (Marco Nanini) se sente mal e vai ao médico, de onde sai com a certeza quase absoluta de que morrerá em breve. Deprimido, ele esconde a situação da família e desiste de ir ao tradicional baile onde começou a namorar Nenê (Marieta Severo). Sem entender o que está acontecendo, Nenê decide provocar o marido e convida um ex-namorado, Carlinhos (Paulo Betti), para o baile. A chegada de Carlinhos atiça Agostinho (Pedro Cardoso) e Tuco (Lúcio Mauro Filho), que buscam algum meio de aproveitar dele, além de atrair a atenção de Marilda (Andréa Beltrão), que deseja conquistá-lo.

O maior problema de “A Grande Família – O Filme” reside no fato de ser uma comédia que tem poucos momentos engraçados, e a maioria desses momentos acontecem por causa da grande competência de Pedro Cardoso, que mesmo com um roteiro pra lá de ruim, consegue sempre se sobrepor. E o roteiro de “A Grande Família – O Filme” é igual ou pior ao de um episódio da série. Um não, mas três episódios, já que a estória que mal se sustentaria em 30 minutos na TV é repetida por intermináveis 3 vezes no filme.
O longa acompanha a reação de Lineu, ao descobrir que pode morrer logo, de três maneiras diferentes. O que acaba cansando logo, já que sem um roteiro consistente o filme tem que se sustentar pelas piadas e pelas atuações. As piadas boas são bem raras e apesar da maioria do elenco ser de primeiro nível, acabam sucumbindo, alguns aos papéis secundários e outros aos textos sem nenhuma criatividade.

Avaliação:

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2007

Rocky Balboa

Rocky Balboa / Sylvester Stallone / 2006 / EUA

Com: Sylvester Stallone, Burt Young, Milo Ventimiglia, Geraldine Hughes, James Francis Kelly III, Tony Burton, A.J. Benza, Henry G. Sanders, Antonio Tarver, Pedro Lovell, Ana Gerena, Angela Boyd, Louis Giansante, Carter Mitchell, Vinod Kumar, Robert Michael Kelly, Mike Tyson, LeRoy Neiman, Lou DiBella.

No novo filme, Rocky (Sylvester Stallone) é dono de um restaurante no sul da Filadélfia, a vizinhança na qual ele cresceu. Lá passa seus dias tirando fotos com antigos fãs do esporte, que querem saber histórias dos "bons tempos" das lutas com Apollo Creed. Seu filho, Robert Jr. (Milo Ventimiglia), trabalha para uma grande corporação e não tem tempo para o pai. É essa a realidade do esquecido Rocky, algo que ele tentará mudar ao aceitar o desafio da mídia para encarar o supercampeão Mason Dixon (Antonio Tarver).

Muitos podem dizer que Rocky Balboa é apenas mais uma tentativa de Silvester Stallone reerguer sua carreira. E se isso for verdade, o objetivo pode ser considerado como alcançado, pois pra mim o sexto filme da franquia é o melhor desde o lançamento do precursor, há mais de 30 anos.
Satallone consegue agora retomar o tom intimista de seu primeiro filme, e inspira a trama de “Rocky Balboa” na história verdadeira do boxeador George Foreman, que voltou a lutar aos 50 anos porque não conseguia ficar longe dos ringues. E o filme no geral é de uma simplicidade muito agradável, não caindo muito no melodrama e muito menos nas cenas de ação, que na verdade são bem moderadas. Para deleite dos fãs, todos os ambientes físicos e aspectos que caracterizam a vida de Rocky estão presentes, incluindo a eternizada corrida nas escadarias durante o treinamento do lutador. Ponto alto também para a caracterização do herói, que aparece com um rosto surrado e que não esconde nem sua idade nem o sofrimento que passou para atingir o status de ídolo.
Os pontos baixos do longa ficam por conta de alguns diálogos fracos e pela primeira meia hora do filme que é meio arrastada. Porém, nada que estrague muito esse belo encerramento (assim espero) da saga de Rocky Balboa.
Avaliação:

domingo, 4 de fevereiro de 2007

O Gosto da Vingança

Dalkomhan insaeng aka "A Bittersweet Life" / Kim Ji-woon / 2005

Com: Lee Byung-hun, Kim Yeong-cheol, Lee Gi-yeong, Oh Dal-su, Shin Min-a.

Sun-woo é o homem de confiança de Kang, um poderoso chefão da máfia. Sua nova missão é vigiar a jovem namorada de Kang para descobrir se ela tem um amante e, se confirmado, assassinar o casal. Quando ele finalmente encontra a garota com outro homem, ao invés de matá-los, Sun-woo resolve ajudar os dois a fugir do mafioso, em uma atitude inesperada e incoerente com sua reputação de assassino frio que desencadeia uma série de atos entre ele e seu chefe.

O diretor da obra-prima "A Tale of Two Sisters" faz dessa vez um filme de ação com toques dramáticos. E ele usa todos os argumentos comuns ao gênero aqui, porém a forma como são usados os inúmeros clichês tornam o resultado final muito bom. Sun-woo, um segurança de um mafioso, é retratado como um personagem que apesar de não demonstrar fraquezas físicas, é uma pessoa só e triste, mesmo que o próprio não pareça ter a noção disso. O fato que deixa isso explícito é quando Sun-woo fica sozinho no seu apartamento olhando para o teto, demonstrando ali toda a sua fragilidade, que obviamente não mostra aos seus adversários.
O filme começa até de certo modo um pouco lento. E quando Sun-woo é designado por seu chefe para descobrir se sua nova namorada está saindo com outra pessoa, é que começa a pancadaria. Uma cena fantástica me remeteu diretamente ao fodástico "Oldboy", onde o protagonista é obrigado a brigar com várias pessoas, e a realidade da mesma realmente é impressionante. Oscilando entre a lentidão das partes que mostram todo o mundo vazio de Sun-woo e as cenas de ação de quando o mesmo tem que salvar a sua pele, o filme vai se encaminhando para uma resolução que pode não ser das mais surpreendentes, mas que certamente deixa uma ou outra dúvida no ar. E o resultado final, apesar de não ficar entre os melhores filmes coreanos que vi, foi muito bom.

Avaliação:

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2007

Filmes de janeiro/2007

1- Vôo United 93 (United 93 / Paul Greengrass / 2006 / EUA) 4/5
2- Carros (Cars / John Lasseter, Joe Ranft / 2006 / EUA) 4/5
3- Novo Mundo; O (The New World / Terrence Malick / 2005 / EUA) 4/5
4- Rocky Balboa (Rocky Balboa / Sylvester Stallone / 2006 / EUA) 4/5
5- Kingpin - Estes Loucos Reis do Boliche (Kingpin / Peter Farrelly e Bobby Farrelly / 1996 / EUA) 4/5
6- Amores Brutos (Amores Perros / Alejandro González Iñárritu / 2000 / México) 5/5
7- Apenas Amigos (Just Friends / Roger Kumble / 2005 / EUA) 2/5
8- Lost - Sem Saída (Lost / Darren Lemke / 2004 / EUA) 2/5
9- Zona de Risco (Gongdong gyeongbi guyeok / Chan-wook Park / 2000 / Coréia do Sul) 5/5
10- Fahrenheit 451 (Fahrenheit 451 / François Truffaut / 1966 / Inglaterra) 4/5
11- Batman Begins (Batman Begins / Christopher Nolan / 2005 / EUA) 5/5
12- 16 Quadras (16 Blocks ou Richard Donner / 2006 / EUA) 3/5
13- Alien - O 8º Passageiro (Alien / Ridley Scott / 1979 / EUA) 5/5
14- Malditas Aranhas (Eight Legged Freaks / Ellory Elkayem / 2002 / EUA) 1/5
15- Milagre de Berna; O (Das Wunder von Bern / Sönke Wortmann / 2003 / Alemanha) 4/5
16- Recém-Casados (Just Married / Shawn Levy / 2003 / EUA) 1/5
17- Pecados Íntimos (Little Children / Todd Field / 2006 / EUA) 4/5
18- Babel (Babel / Alejandro González Iñárritu / 2007 / EUA) 3/5